A avó afirma que os conselheiros disseram que não poderiam tirar a guarda, porque a adolescente era a mãe e teria que cuidar do bebê. “O problema era que ela não queria cuidar e sentia ciúmes do pouco carinho que eu dava ao meu neto”, afirmou.
A primeira versão, sustentada pela jovem, era de que o namorado teria feito tudo sozinho, por ciúmes, depois ela confessou participação e disse que ajudou a segurar a criança.
Marcos Antônio foi morto com oito golpes de facada, dois deles com participação da própria mãe e os outros seis desferidos pelo namorado da garota, Claudinei da Silva Cruz, de 19 anos. Os dois teriam planejado o crime semanas antes, com intenção de se livrar da criança e fugir para o Rio de Janeiro.
Apontado pela mãe de Marcos Antônio Toledo de Almeida como autor das facadas que mataram o filho de 1 ano e 1 mês, Claudinei da Silva Cruz, 19, namorado da adolescente, de 15 anos, é completamente inocente da acusação imposta pela garota.
“O Claudinei é totalmente inocente nessa história. Conversei com ele, expliquei o que tinha acontecido com ele e, graças a Deus, tivemos paciência e cautela para não atribuir e acusar de forma infundada”, disse o delegado Enilton Zalla em coletiva ontem. “Não falava que ele era autor do crime. Dizia que ele estava sendo investigado e que a menina falava que ele tinha participado do crime”, informou o responsável pelas investigações
Segundo o delegado, tanto o rapaz, quanto Nilson Diniz – padrasto da jovem, que também foi acusado pela garota – ajudaram, com suas respectivas declarações, a mostrar com clareza “quem era a menina”. Ela se valia de animosidade que tinha com as pessoas para acusá-las de envolvimento no crime cometido exclusivamente por ela, como apontaram as investigações policiais.
Foi justamente por manifestar animosidade com o namorado e o padrasto que o delegado encontrou os motivos que levaram a jovem a colocar dois inocentes na berlinda. “Analisando, conseguimos encontrar. O Claudinei, há uns 20 dias, terminou o relacionamento com ela e já estava se relacionando com outra menina. Ela pegou um celular dele, que tinha uma mensagem, e gerou toda uma situação de ciúmes nela. Então, ela quis prejudicá-lo”, contou Zalla.
Caso semelhante aconteceu na acusação ao padrasto. “Ela tinha sérios atritos com ele”, disse. A garota justificou, em uma versão posterior, que como a mãe dela estava grávida de Nilson, ele temia que a presença de Marcos prejudicasse o tratamento do filho dele diante do neto e, por isso teria decidido dar fim à vida da criança. “Ela consegue motivos muito fortes para a gente acreditar no que diz”, argumentou o delegado ao comentar como ela encarava os depoimentos.
Essa pré-disposição em prejudicar quem não tinha seu afeto foi uma característica comportamental da adolescente e acabou ajudando a Polícia a esclarecer o crime. “Pensei, tenho uma menina que me apresenta várias versões e que começa a trazer para o inquérito pessoas que ela não gosta. Dei, então, um basta nela e demonstrei que estava mentindo para a Polícia e a mentira teria de acabar ali. Aí, realmente vencida pelo cansaço e por se ver sem alternativas, a não ser falar a verdade, ela acabou contando tudo”, explicou Enilton Zalla.
Com a confissão da adolescente, Claudinei da Silva Cruz, que na verdade é ex-namorado da jovem, foi confirmado como inocente. Desde a morte do bebê, ele declarava inocência aos policiais. Nilson Diniz também foi liberado pela Polícia.
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