A NOTÍCIA: Adolescente mata a própria avó em Marituba


O adolescente de 17 anos não demonstrou nenhum arrependimento...
Raimunda Silva Costa, 58 anos, servidora da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), foi brutalmente assassinada na tarde de quinta-feira (11), na casa onde ela morava, no bairro Novo Horizonte, em Marituba, na Grande Belém. Com o rosto desfigurado por golpes de terçado, o corpo foi encontrado pelo genro da vítima poucas horas após o homicídio. As circunstâncias do crime foram elucidadas rapidamente, em um trabalho desenvolvido em conjunto entre as polícias Civil e Militar.
Raimunda foi assassinada por um de seus netos, um adolescente de 17 anos, que, segundo familiares, é usuário de drogas.
O adolescente confessou que matou a avó materna por volta das 15h, após uma discussão. Com a expressão de frieza, sem aparentar remorso, o criminoso justificou o ato de barbárie alegando que Raimunda teria feito ameaças de morte à sua avó paterna, com quem ele morava. “Ela ameaçou matar a minha avó. A gente discutiu, ela pegou um terçado e bateu na mesa. Nessa hora, eu meti a faca nela”, contou o adolescente. A mãe do acusado mora em São Paulo (SP) e até ontem não havia sido comunicada sobre a tragédia que caiu sobre a família.

A DESCOBERTA

Chovia fino em Marituba no início da noite de quinta-feira (11) quando o madeireiro Raimundo Morais Filho, 38, genro de Raimunda, passou em frente à residência da sogra. Raimundo achou estranho o fato de os balancins da casa estarem abertos e o portão da frente trancado.
Quando chegou em sua casa, o madeireiro contou o que viu à esposa, a dona-de-casa Zimilene Costa Morais, 32. Preocupada, a doméstica ligou para o celular da mãe, mas as chamadas eram direcionadas à caixa postal. Às 19h, Raimundo e Zimilene foram à casa da funcionária pública.
Raimundo teve que destelhar a casa para constatar o que mais temia. Ele encontrou a sogra na sala do imóvel, posicionada de bruços, ao lado do terçado utilizado pelo adolescente para retalhar a face da avó. Espalhados pelo chão, vários guardanapos sujos com o sangue do assassino, que cortou os dedos da mão esquerda enquanto desfigurava sua vítima.

FUGIU DE SÃO PAULO

O madeireiro Raimundo Morais Filho, genro da vítima, foi o primeiro a desconfiar que algo grave havia acontecido. Na Seccional de Marituba, Raimundo manifestava revolta e tristeza. Ele dizia que, até dois anos atrás, o adolescente morava com a mãe, em São Paulo.
Raimundo conta que o jovem criminoso voltou ao Pará depois de quase ter sido queimado vivo por traficantes, após deixar uma dívida. “Ele deu o ‘conto’ num traficante. E assim enrolaram ele num colchão e iam tocar fogo. Não sei como alguém conseguiu salvá-lo”, contou Raimundo. Por conta deste fato, ele voltou para a casa de familiares no Pará.

SELVAGERIA

A brutalidade do crime foi tamanha que nem sequer o assassino conseguia olhar para a vítima. Após ter retalhado o rosto de sua avó a terçadadas, o homicida posicionou o corpo de Raimunda Costa de bruços.

AS REVELAÇÕES DE UM ASSASSINO DE 17 ANOS

Após o homicídio, o criminoso conseguiu sair da casa de sua avó materna sem ser visto pelos vizinhos. Ele chegou na casa onde morava e pediu ajuda à sua outra avó, pois estava com muitas dores na mão esquerda. O rapaz trocou o short e camisa esportivos que usava no momento do assassinato. As roupas ensanguentadas foram colocadas de molho.
Às 16h30, ele foi levado à Unidade de Urgência e Emergência de Marituba, onde a equipe médica constatou que a lesão nos dedos do rapaz era grave. Assim, o adolescente foi encaminhado ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, onde deu entrada às 16h47. Ele recebeu pontos nos ferimentos, foi medicado e retornou para a casa da avó paterna, em Marituba.
Assim que foi comunicado sobre o homicídio, o delegado Eliézer Machado se dirigiu à casa de Raimunda Costa para iniciar as investigações. Machado recebeu uma informação, repassada pelo tenente Figueiras, da Polícia Militar, de que um rapaz havia sido atendido na U.U.E. de Marituba com cortes na mão e ainda forneceu o nome do então suspeito.
“O sargento Figueiras veio comigo e disse que um homem tinha dado entrada na Emergência às 16h30, mas foi transferido para o Metropolitano, porque o corte havia afetado os nervos da mão. Eu estava ao lado da filha da vítima quando o sargento me falou o nome do rapaz. Ela reagiu dizendo ‘será que foi o ele (o adolescente)?!’. Fomos na casa dele e ouvimos um tio dele dizer para alguém dentro da casa ‘eu não te disse? Não falei que a polícia vinha atrás?!’. Nessa hora a casa caiu”, contou o delegado.
Como a dor na mão havia voltado, o jovem homicida voltou para o Hospital de Marituba, onde foi avistado por policiais civis à paisana, por volta das 23h, na fila de espera. “Um investigador gritou o nome dele e o acusado se levantou, pensando que ia ser atendido. Nessa hora, demos voz de prisão, achando que se tratava de um adulto. Aqui (na seccional), descobrimos que era adolescente”, disse Eliézer Machado.
Na unidade policial, enquanto o homicida tinha os braços imobilizados por algemas, os investigadores ainda acharam o telefone celular da vítima, escondido na cueca do adolescente infrator. O que caracterizou o crime como latrocínio.
Se ele já tivesse completado 18 anos, o que fará em poucos meses, poderia pegar uma pena máxima de até 30 anos de cadeia. Contudo, após assassinar, de maneira covarde, sua própria avó, o adolescente será privado de liberdade por no máximo três anos e ficará internado inicialmente no Centro de Internação do Adolescente Masculino (Ciam), da Funcap, no bairro do Sideral, até uma decisão do Juizado da Infância e Juventude.

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